sábado, 5 de abril de 2008

O CAIS


Aquele cais, onde em tempos de guerras as esposas acenavam com seus lenços brancos a partida de seus amados, sem ter a certeza se eles a seus braços retornariam, ficou na memória de muitas vidas!


Tão tristes aqueles momentos de adeus. As esposas depois retornavam para casa com o coração em lágrimas e um grande vazio tomava conta de seus viveres!

Os dias que passavam na ausência de seus queridos pareciam não ter fim, eram infinitos e doridos dias sem prazer, sem o aconchego do bem querer!


Quantas noites de ausências e sonos perturbadores, quando tinham merecimentos de terem algum sono, pois a maioria delas, passavam as noites acordadas soluçando suas saudades! Às vezes demoravam meses e até anos sem saberem notícias de seus esposos.


As cartas se acumulavam a cada dia, muitas já foram enviadas a um destino que não sabiam se chegaria! Outras empilhadas no canto da escrivaninha, nos lamentos de suas dores, aquelas mulheres viviam!


Naquele mesmo cais, todas as tardes algumas esposas retornavam e pedindo com corações sufocados, a Santa Estrela Guia, Rainha do Mar, que trouxesse ainda um dia o amor de volta as vossas companhias!


Naquele cais, um dia chegaria a retornar com imensa alegria o esposo de Maria! Assim se fez, chegou o dia!


João era seu nome, depois de uma longa viagem, caminhando entre a guerra, onde lutou noite e dia! Foi ferido e quase morreu. Porém, João viveu e retornou a sua Maria!


Naquele cais, no mesmo dia estava Dolores que não teve a mesma sorte de Maria, pois, seu esposo Jerêmias ao cais não retornou jamais, a guerra o devorou... E Jandira chorou com grande amargor!


Muitas mulheres como Maria naquele cais, no mesmo dia, felizes foram por receber com alegria os seus esposos a luz do dia!


Portanto, outras como Dolores choraram a despedida de um amor que nunca mais aquele cais retornaria!

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